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O resultado das eleições municipais em São Raimundo Nonato, a 517 km de Teresina, entrará para a história política da cidade. Em mais de 100 anos de emancipação, pela primeira vez, uma mulher foi eleita prefeita. Com 49,83% de aprovação popular, Carmelita Castro (PP) derrotou três candidatos, conseguindo 9.176 votos válidos.
A prefeita eleita- que chegou a ser chamada de boneca durante a campanha- fez um retrospecto da disputa política e conta como encarou as críticas por ser uma candidata mulher.
Montagem feita com a prefeita eleita durante a campanha
“A política para mulher é muito difícil, mas conseguir fazer a maior composição das lideranças no município. As agressões são mais fortes, mas com toda humildade e leveza, conseguimos vencer. Ele (se referindo a um dos adversários políticos) me chamou de boneca no sentido pejorativo, associando a minha imagem a uma dondoca, mas não pegou. A população pegou como se fosse realmente um elogio e o comércio da cidade vendeu todas as bonecas, fizeram camisas…. A cada ataque, eu respondia com o coração. A minha mensagem chegou e chegou bem. Conseguimos vencer e me tornei a primeira mulher prefeita de São Raimundo Nonato em 104 de emancipação política”, desabafa Castro.
Contudo, a prefeita eleita avalia a campanha eleitoral como tranquila e destaca as áreas que serão prioritárias durante a gestão.
“Foi uma campanha política tranquila… conseguimos chegar ao povo, que entendeu a nossa mensagem. O sentimento de mudança era muito grande devido a situação em que a cidade se encontra. O povo pode esperar muitas obras. Nossa cidade é uma das mais importantes da região Sul e do Estado. Nossa porta de entrada é o turismo, mas a cidade não recebe bem porque não tem infraestrutura. Além disso vamos melhorar a questão do abastecimento d’água, a situação do homem do campo e dos jovens, Educação…Para iso, vou buscar apoio dos governos estadual e federal”, ressalta a prefeita eleita.
Irmã de Margarete Coelho- atual vice-governadora do Estado e também a primeira mulher a assumir o cargo, ela ressalta que a escolha do secretariado será técnica e adianta que a administração também será marcada pela presença de mulheres.
“Eu venho de uma família política, meu avó foi político na minha cidade, e quero também deixar a minha marca. Não só a marca do nome Carmelita e de minha família, mas a marca do povo de São Raimundo Nonato, que também quer uma cidade diferente, bem cuidado e bem administrada. Na escolha do secretariado, primeiramente, vai pesar o perfil técnico, mas também vou dar espaço às mulheres, pois somos mais cuidadosas, cautelosas e mais honestas”, finaliza a prefeita eleita.
Após duas tentativas de se tornar prefeita de Dom Inocêncio, em 2004 e 2012 - em 2008 ela foi eleita Vice-prefeita na gestão de Inocêncio Leal - a ex-professora e ex-vereadora Maria das Virgens, a popular Virgínia, desta vez conseguiu ocupar a tão sonhada cadeira da prefeitura municipal.
Após perder para Nenê em 2012 por apenas 112 votos, Virgínia que agora pertence ao PP, reverteu a situação e, contrariando todas as pesquisas de intenção de voto, venceu o atual prefeito Nenê do PSDB com uma diferença expressiva de 723 votos de vantagem. Ao seu lado, o petista Marcos Damasceno será o Vice-prefeito.
Para governar o município, Virgínia terá ao seu lado, além do vice Marcos Damasceno, a maioria na Câmara com cinco vereadores, o filho Clodo, que ficou em segundo lugar na votação, Genin que foi o mais votado, Antonio do Delim que se reelegeu e os estreantes Ronaldo representando a região do Sal e Gordo do Sansão que representa a zona de baixo de Dom Inocêncio. De um total de 6.243 eleitores, apenas 397 deixaram de exercer o direito de votar, ou seja, se abstiveram do voto. Trinta e seis eleitores votaram em branco e 229 votos foram anulados, totalizando 5.581 votos válidos.
Dom Inocêncio foi um dos municípios que apresentou problemas na apuração, onde 31 urnas tiveram falhas de ordem funcional e precisaram ser levadas para São Raimundo Nonato para que os votos fossem computados.
“Por isso, a previsão de totalização de apuração que era para 21 horas do domngo, só terminou de fato as 1 hora da manhã de segunda-feira”, acrescentou.
A surpresa ficou por conta do candidato a vereador Silvio da Ladeira que, idêntico ao que ocorreu na última eleição, perdeu novamente por um voto apenas. Otávio Almeida, com 03 mandatos e 256 votos, Béu com 253 votos e Daci Dias com 185 votos não se reelegeram.
O blog parabeniza a candidata Virgínia e Marcos Damasceno pela vitória e os vereadores eleitos, a decisão do povo é soberana e que Dom Inocêncio possa viver dias de glória neste novo mandato.
Virgínia ao lado de Marcos Damasceno imagem: Portal SRN
Para fazer uma aposta na loteria, pagar as suas contas ou simplesmente sacar dinheiro, uma grande parcela de brasileiros vai até uma casa lotérica. Quer abrir um negócio com grandes possibilidades de rendimentos?
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Em sua edição de setembro, que traz na capa a foto de Renato Russo, a revista americana Rolling Stone, versão do Brasil, traz uma grande denúncia envolvendo a empresa multinacional Yara, da Noruega, e a mineradora paulista Galvani S/A, num grande escândalo no Piauí.
As duas indústrias são acusadas de incentivar, financiar e ser conivente com trabalho degradante e desmatamento de áreas no Corredor Ecológico Capivara-Confusões, na região de São Raimundo Nonato (525 km de Teresina).
A revista que chegou às bancas de todo o Brasil na última quarta-feira, 14 de setembro, dedicou 8 páginas com direito a chamada de capa, para denunciar a destruição da Caatinga com financiamento internacional. Segundo a publicação, tudo aprovado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Piauí (Semar) através de um suposto Plano de Manejo Florestal Sustentável, para explorar uma área superior a 8 mil campos de futebol de matas nativas.
A madeira estava sendo utilizada para alimentar os fornos da mineradora paulista Galvani – pertencente a Yara – e que explora uma mina de fosfato na divisa da Bahia com o Piauí, nas proximidades das cidades de Caracol e Guaribas. Durante uma operação do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Rodoviária Federal, 18 trabalhadores em condições análogas à escravidão foram libertados numa fazenda utilizada pelas indústrias para desmatar a Caatinga.
A Rede Ambiental do Piauí (Reapi) solicitou que o Ministério Público Federal abre uma investigação para investigar as denuncias. O processo está com o procurador da República Tranvanvan Feitosa que já solicitou todos os documentos referentes ao empreendimento à Semar e determinou uma investigação para apurar os fatos.
Por André Pessoa
Nota de esclarecimento
A empresa, através de William Gimenes - assessoria de comunicação, enviou uma nota de esclarecimento ao blog indicando a procedência da madeira utilizada em seus fornos.
"Esclarecemos que toda madeira utilizada pela Galvani como fonte energética em suas unidades é adquirida de fornecedores que possuem as licenças e as autorizações ambientais necessárias para corte, venda e transporte.
Para tanto, a exploração deve ser realizada dentro de um Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), que orienta a utilização e produção do bem, assegura um melhor aproveitamento dos recursos, busca reduzir o impacto da exploração e promover a sustentabilidade", disse por meio de nota.
"O uso de lenha nativa na região é autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o fornecedor da Galvani, SS Agrosilvipastoril, ao assinar contrato com a empresa, comprovou ter as licenças em dia.
Por conta de irregularidades trabalhistas encontradas pelo MPT na SS Agrosilvipastoril, em vistoria realizada no final de junho, a Galvani, que estava trabalhando com a empresa há apenas um mês na ocasião, rescindiu o contrato imediatamente", concluiu a Galvani.
Neste sete de setembro o Colégio Estadual Reitor Edgar Santos de Remanso-BA foi a sensação do tradicional desfile da independência. A surpresa no desfile foi a ausência este ano do mais antigo colégio da cidade, o Rui Barbosa, que sempre organizava grandes desfiles. Veja imagens
Foi aos 51 anos de idade que eu me tornei dono do SBT. Sou casado, tenho seis filhas e oito netos. Continuo amando arroz, feijão, bife e batata, rsrs. Quero dizer a todos vocês, não desistam do seus sonhos, lute, batalhe e seja forte.
Na vida sempre haverá as barreiras, as pedras em seu caminho querendo te parar. Mas se você souber contorna a barreira e usar a pedra como degrau. Nada nessa vida, vai poder lhe parar.
Nunca use as pessoas para subir e humildade além de tudo isso. Um grande abraço e muita paz no coração de todos vocês.
Centro de São Raimundo com o Tanque ao fundo. É possível ver o Cruzeiro embaixo. Avenida dos Estudantes no alto á esquerda em destaque. As torres da igreja em detalhe no canto esquerdo
São Raimundo ao fundo da imagem
Aeroporto Serra da Capivara
Tanque no rio Piauí com centro da cidade ao fundo e bairro Santo Antônio embaixo
Univasf á esquerda em destaque. Ao lado, o Museu do Homem Americano no bairro Campestre
Bairro Milonga com Serrana Motos no detalhe no canto esquerdo.
vista aérea de São Raimundo com cemitério ao centro da imagem
Univasf á esquerda em destaque. Ao lado, o Museu do Homem Americano no bairro Campestre em outro ângulo
As obras do asfalto que levará a cidade de Dom Inocêncio-PI a sair do completo isolamento seguem mudando a paisagem local. Segundo quem passa pela nova pista que está surgindo, os trabalhos seguem noite adentro. O desmatamento das margens da estrada, o chamado "aceiro" já ultrapassou a localidade da Fazenda do Meio que fica a cerca de dezoito quilômetros da sede de Dom Inocêncio.
Veja as imagens da estrada captadas pelo blog da Cristal do trecho que passa pela localidade do Cachorro em Coronel José Dias e vai até a localidade da Ingazeira em São Lourenço do Piauí.
máquinas trabalhando na localidade do Cachorro em Coronel José Dias
Abertura da estrada próximo a localidade da Ingazeira em São Lourenço com a Serra do Cavaleiro ao fundo
Dom Inocêncio é famoso pela grande quantidade de sanfoneiros que surgem no município. A veia artística deste lugar não pertence somente a sanfona, mas também em outros instrumentos, como o violão, por exemplo. Veja a performance deste inocentino que reside em um dos locais mais bonitos do município, a localidade do Oiti, famosa por ter o ponto mais alto de Dom Inocêncio, o morro do Oiti.
O misterioso e deslumbrante morro do Oiti em Dom Inocêncio
Nonato, mais conhecido como Nona, canta desde criança e é muito conhecido na região. Seu maior sonho é participar do programa do Geraldo Luís, o Domingo Show, na Record. Vamos dar uma força para o artista inocentino que está há muito tempo na estrada compartilhando e divulgando seu trabalho para que possa realizar seu grande sonho. Confira e compartilhe o vídeo que está correndo na net:
O também inocentino Aroldo Piau, primo de Nona, é músico em São Paulo e revela um pouco da história do artista do Oiti:
"Gente, com muito orgulho esse é meu primo Nona. Grande poeta,
compositor e cantor. O sonho dele e estar no programa da Geraldo Luiz na Record.
Ele vai conseguir. A cada compartilhamento fico muito grato. Esse é "sangue da veia". Vamos ajudar a quem precisa. Esse cara que já fez música inédita para o município de Dom Inocêncio. A história de Padre Manoel Lira Parente acontece. Ele vai conseguir", afirmou Piau.
São Raimundo Nonato terá mais uma alternativa para se chegar ao centro da cidade. Sobretudo para os motoristas que vêm da Bahia, como Remanso e Campo Alegre de Lourdes.
O governo estadual está realizando a pavimentação asfáltica da avenida Ingazeiras que tem início no rio Piauí, Avenida dos Estudantes, próximo ao Samu, no bairro Aldeia passando na divisa dos bairros Primavera e Campestre e que vai até a BR-020, estrada que leva aos municípios de Bonfim e Fartura no Piauí e Campo Alegre de Lourdes na Bahia com extensão de 2,3 quilômetros.
A via promoverá também a ligação com a PI-140, estrada que leva a Remanso na Bahia e aos municípios de São Lourenço, Dom Inocêncio e Dirceu Arcoverde no Piauí. A construção da importante via será alternativa para desafogar o trânsito caótico do centro de São Raimundo. A praça do relógio é o ponto principal de acesso ao centro, tanto de entrada como de saída. Com a nova pista o motorista terá opção de desviar da praça que é estreita e sempre congestionada .
Quando concluída, a obra deve atender uma demanda antiga dos morados dos bairros Aldeia e Santo Antônio, no município de São Raimundo Nonato. Além da pavimentação, a obra deve beneficiar a comunidade também com a construção de uma passagem molhada sobre o rio Piauí.
O valor da obra está orçado em R$ 2.086.822,75, com recursos do Governo do Estado do Piauí, através da Secretaria de Transportes (Setrans). O prazo de execução dos serviços é de quatro meses, contados a partir da assinatura da Ordem de Serviço. A ordem de serviço foi assinada em agosto de 2015 pela Vice-governadora Margarete Coelho, natural do bairro Aldeia em São Raimundo Nonato, que estava substituindo o governador Wellington Dias na época. Na inauguração do asfalto do Museu do Homem Americano em maio deste ano, o governador autorizou o início das obras do asfaltamento da pista. .
Estrada do Museu do Homem Americano na divisa dos bairros Primavera e Campestre
Avenida Ingazeiras na divisa dos bairros Campestre e Primavera com bairro Santo Antônio ao fundo
Asfalto que leva ao Museu do Homem Americano já está inaugurado
Pista que será asfaltada atravessará a estrada do Museu
É incrível como somos dominados pela mente que coordena o mundo que vemos ao nosso redor. Pedir para uma pessoa totalmente diferente de nós, que vive em outro lugar distante de nós e teve uma criação totalmente contrária a nossa para descrever o que ela enxerga no mundo, nos causaria tanto ou mais espanto do que pedir para uma outra pessoa descrever como é a nossa aparência. Ela provavelmente descreria a nossa aparência e o mundo de uma forma totalmente diferente da nossa. Da mesma forma, se pudéssemos descrever o mundo como vemos hoje e comparar com a forma que o enxergávamos tempos atrás seria uma experiência formidável para mostrar o quanto nossos olhares mudaram durante este período de tempo que passou.
Quando éramos empregados e nos tornamos empreendedores saímos de uma “realidade” para habitarmos uma “nova realidade” praticamente oposta à primeira. O problema é que essa mudança de “realidade” entre empregado para empreendedor acontece de forma tão rápida que a nossa mente e os nossos hábitos não conseguem acompanhar. Estávamos acostumados em ver o dinheiro cair sempre no dia certo do mês. Sempre chegando a mesma quantidade, com os mesmos descontos de sempre e sempre no mesmo dia do mês. Daí resolvemos nos tornar empresários, conquistar clientes e passar a receber dinheiro em épocas diferentes e de formas diferentes. Também tivemos que aprender a agradar não só um chefe, mas várias outras pessoas que dependiam da nossa empresa. O mundo de uma hora para outra mudou, mas a mente e os hábitos ainda estavam procurando se achar no meio de tanta mudança. Eita, coisa complicada.
Trabalhador rural espera pela casa que nunca chegou no sertão (Foto: Gustavo Almeida/G1)
Dois quartos, uma sala, cozinha e banheiro. Essa seria a quantidade de cômodos da casa do trabalhador rural Bernardino Gomes Brandão, 40 anos, e da esposa Maria Aparecida Paes Landim, que esperam há três anos pelo imóvel do Programa Minha Casa, Minha Vida, na localidade Barra do Ancelmo, na zona rural de Dom Inocêncio, no Sertão do Piauí. Mas no lugar marcado para a construção não existe sequer um tijolo.
Assim como eles, dezenas de moradores enfrentam a mesma situação. As casas fazem parte do programa habitacional do governo federal e as obras são executadas por meio da Associação Quilombola da Comunidade Barra das Queimadas. O contrato com a Caixa Econômica Federal foi assinado em abril de 2013 e somente 27 das 50 unidades habitacionais foram construídas. O valor previsto no contrato era de R$ 1 milhão e 300 mil.
Morador mostra comprovantes de pagamento no nome da esposa (Foto: Gustavo Almeida/G1)
O agricultor Bernardino Brandão conta que um profissional esteve no terreno indicado por ele ao lado de uma roça fazendo as medições, mas nunca mais alguém apareceu no local.
O imóvel está no nome da mulher dele e até hoje a família aguarda para realizar o sonho da casa própria, pois atualmente mora com os pais na comunidade.
"A gente ouviu falar na época que iriam construir essas casas e fomos nos informar para conseguir uma, pois eu não tenho casa e moro com os meus pais. É uma coisa que a gente perde até a fé, pois hoje só tem o terreno aqui e ninguém nos dá uma resposta. Acho até que essas casas não sairão mais", conta ele.
Abel Lopes diz que perdeu a fé e mesmo ssim vai manter o nome limpo (Foto: Gustavo Almeida/G1)
Outro que também espera há três anos pela casa do Minha Casa Minha Vida é o trabalhador rural Abel Lopes de Almeida, 52 anos. Ele conta que já pagou metade das parcelas no valor de R$ 250 cada e nunca viu chegar um tijolo no terreno que escolheu para que a casa fosse erguida na comunidade Lapa. Analfabeto e vivendo do campo, o morador conta que continuará pagando para não sujar o nome, mas já perdeu a fé.
"O sentimento para mim é de tristeza e acho difícil que elas saiam. Entrei [no programa] para ver se Deus me ajudava a ter uma casa, pois já estou ficando velho e preciso de um lugar bom para morar. Eu sou analfabeto, não entendo muito das coisas, mas acho que devia ter uma fiscalização nisso, pois a gente está pagando e é quem está na dor. Já tomei emprestado para pagar essa prestação", relatou.
Os sertanejos Jurandir de Jesus e a esposa Zelita de Jesus Silva também sonharam em ter uma casa na pequena propriedade que possuem na zona rural de Dom Inocêncio. Atualmente eles têm um casebre de taipa bem ao lado do terreno onde foi marcado para ser construída a unidade habitacional do Minha Casa Minha Vida. A vontade de mudar para uma estrutura melhor está sendo frustrada pela demora na construção.
Jurandir mostra comprovantes no terreno onde deveria estar a casa (Foto: Gustavo Almeida/G1)
"Eu pretendo vir morar aqui e criar meus animais para sobreviver. Aqui eu fiz uma roça, trouxe os bichos e mantenho umas coisinhas. Com a construção da casa ficaria tudo mais fácil, mas até agora nada e estamos sem saber o que fazer. É ruim você ter os comprovantes e todos os papéis e não ver nada da casa", falou ele que vive da venda de espetinhos na zona urbana de Dom Inocêncio.
Associação culpa a Caixa Procurado pela reportagem do G1, o presidente da Associação Quilombola da Comunidade Barra das Queimadas, Vanderlin Moreira da Silva, disse que o restante das casas não foi construído porque a Caixa Econômica Federal deixou de fazer os repasses. Sem o dinheiro, a construtora responsável não deu continuidade às obras.
Das 50 casas, 27 foram concluídas na zona rural de Dom Inocêncio (Foto: Gustavo Almeida/G1)
"Nós encaminhamos toda a documentação para a Caixa, mas a liberação do recurso não foi feita. O problema é apenas a liberação, pois não existe outra pendência. A associação não pode fazer casas com recursos próprios, pois se dependesse da gente não estaríamos deixando o pessoal esperando. Já fui em Teresina várias vezes, participei de reuniões, mas não podemos fazer nada sem o repasse", justificou.
Vanderlim não soube informar quanto já foi liberado para a construção das 27 unidades habitacionais que estão concluídas. Segundo ele, apenas se fosse somar tudo é que poderia dar a informação. O presidente informou que o prazo inicial para entrega das casas era de no máximo dois anos e reconheceu o atraso.
Caixa ameaça acionar a Justiça Em resposta ao G1, a Caixa Econômica Federal informou que já foram investidos R$ 650 mil nas obras do empreendimento, correspondendo a 54% do montante contratado. A Caixa ressaltou que já acionou a Associação Quilombola de Barra das Queimadas sobre a situação da evolução das obras, mas sem sucesso.
A instituição informou que a última notificação foi enviada à Associação no dia 6 de junho deste ano, solicitando o plano de ação, um novo cronograma e a justificativa para o atraso da obra. Como não houve recebimento de resposta da entidade no prazo estabelecido, a Caixa disse que providenciará as medidas administrativas e judiciais cabíveis.
Hoje o cenário na Serra da Capivara é o da secura da Caatinga. Antes, há 10 mil anos, uma grande floresta, com árvores acima de 30 metros, era habitada por animais gigantescos maiores que uma picape.
Na região da Serra da Capivara o clima mudou, as chuvas escassearam, as árvores encolheram, as folhas caíram, espinhos brotaram e os bichos gigantes foram extintos. Faz tanto tempo que seus ossos viraram pedra, fossilizaram.
Descobertos e desenterrados depois de estarem soterrados por milhares de anos, os bichões de ontem agora nos contam uma História que surpreende: onde hoje há preás que cabem na palma da mão, antes viviam animais chamados de preguiças gigantes, com tamanho maior que o de uma picape Amarok.
Toxon: animal semelhante a um Rinoceronte, mas com um comportamento de Hipopótamo, viveu há 10 mil anos na região da Serra da Capivara, no Sul do Piauí.
Mas esses gigantes já não andam mais soltos. Foram todos extintos. As páginas de seu passado estão sendo remontadas capítulo por capítulo.
É na Lagoa dos Porcos, em São Lourenço do Piauí, na região do Parque Nacional da Serra da Capivara, que centenas de fósseis estão ressurgindo através de trabalhos pacientes e cuidadosos, liderados por Arqueólogos e Paleontólogos.
Um crânio de preguiça gigante, o Eremotério, emocionou: todos os fragmentos principais foram encontrados.
No Sertão do Piauí, onde estão os mais antigos vestígios de humanos no Continente Americano, também se encontram ossadas de Mastodontes, Preguiças gigantes e Toxodons, todas essas, criaturas que viveram há mais de dez mil anos.
Uma preguiça gigante ultrapassava as cinco toneladas e alcançava mais de três metros de altura quando de pé. O Toxodon, uma mistura de Rinoceronte com Hipopótamo, pesava mais de uma tonelada. Tinha quase 3 metros de comprimento e pesava cerca de 1.500 quilos.
Alcide Filho, o ecoaventureiro, mostra no Coizanossa, pela Rede Meio Norte, o que há de mais original e autêntico no Norte e Nordeste do Brasil.
Foi cavando poços, tentando juntar água em uma cacimba, que moradores de São Lourenço descobriram acidentalmente os primeiros ossos petrificados. Para eles, o maior bicho terrestre conhecido eram elefantes. De fato, a ossada de um mastodonte, realmente lembra um paquiderme. Inclusive pela presença de presas.
Novo animal encontrado recebeu nome em homenagem a Serra da Capivara
Aos mais de 2.500 sítios arqueológicos da Serra da Capivara, no sul do Piauí, o maior acervo sobre os primeiros habitantes da América, somam-se a um outro tesouro: crânios de animais pré-históricos, ossadas de mastodontes e preguiças gigantes. Até um novo mamífero pré-histórico teve suas ossadas descobertas na região de São Raimundo Nonato.
O achado tornou-se homenagem. Seu nome científico, seguindo o batismo em língua latina, homenageia o Piauí e a Serra da Capivara. Seu nome passou a ser Piauhytherium capivarae, uma nova espécie de mamífero da família dos Toxodontes, semelhante a um rinoceronte, mas com um comportamento de hipopótamo por preferir locais com água abundante.
Ossos petrificados de Toxon: desenterrados 10 mil anos depois em São Raimundo Nonato.
Essa criatura desconhecida pelos pesquisadores, foi descoberta pelos pesquisadoresClaude Guérin e Martine Faure, da Universidade Claude Bernard-Lyon 1, na França, em trabalho de parceria e colaboração com a Fundação Museu do Homem Americano, a Fumdham. A tradução do nome do latim para o português fica assim: o Piauí está na palavra “Piauhy“ ) e a terminação "-therium”, significa fera, besta ou animal selvagem. Já a segunda parte do nome, “capivarae”, refere-se à Serra da Capivara, a localidade da descoberta fóssil deste animal.
Jornalista Cinthia Lages, da Rede Meio Norte, mostra tesouros paleontológicos desenterrados na região do Parque Nacional da Serra da Capivara.
Fósseis e fragmentos petrificados do novo gigante pré-histórico foram encontrados em nove sítios da região. Os principais achados paleontológicos estão na Toca do Gordo do Garrincho, no município de Coronel José Dias, as Lagoas do São Vitor e do Quari, ambas em São Raimundo Nonato, e a Lagoa dos Porcos, em São Lourenço do Piauí. Muitas descobertas ainda estão enterradas. A pesquisa está revelando apenas algumas páginas da História. Outros capítulos virão. Isso é Incrível.
Texto e pesquisa:Alcide Filho do blog Coizanossa/Meio Norte.