domingo, 15 de julho de 2012

Gustavo Kuerten, o Guga é o segundo brasileiro a entrar para o Hall da Fama do Tênis mundial


Guga entra para o Hall da Fama do Tênis

O tenista brasileiro Gustavo Kuerten, o Guga, entra para o "Hall da Fama" do mundo do Tênis

Algumas pessoas viram lenda antes mesmo de morrer. Ainda bem. O título que o maior tenista brasileiro Gustavo Kuerten, o nosso Guga, foi agraciado neste sábado (14), o elevou a categoria de lenda viva do esporte.
A entrada triunfal de Guga para o "Hall da Fama" do tênis é o maior tributo que se poderia dar a um atleta do mundo das raquetes. O Brasil já havia entrado neste grupo com a grande Maria Ester Bueno, que se destacou nos anos 60.
Guga e Maria Ester Bueno primeira tenista brasileira no Hall da Fama

Guga não foi um tenista que arrebatou os maiores títulos existentes no circuito do Tênis. Nem tampouco chegou a fechar o chamado "Grand Slam", conjunto formado pelos quatro maiores torneios do mundo, os Abertos dos EUA e Austrália, Wimbledon na Inglaterra e Roland Garros na França. Destes, apenas no saibro de Roland Garros, seu piso predileto, foi onde Guga se destacou e brilhou ganhando por três vezes, feito que o credenciou com certeza a ingressar no seleto clube dos maiores tenistas de todos os tempos. 


Não foi realmente a quantidade de títulos obtidos nas quadras que fez Guga juntar-se as lendas do tênis mundial. O principal fator que o inseriu neste clube e o tornou o "Rei do Saibro" em sua época,  foi, com toda certeza, o seu estilo: único, irreverente e alegre. O "manézinho" de Floripa foi um tenista dotado de uma qualidade inerente aos chamados herois do esporte: o carisma. Com uma personalidade diferenciada, Gustavo Kuerten conquistou os aficcionados do esporte. O mundo do tênis mudou com a chegada do garoto Guga. 


O início da trajetória


Revelação catarinense do tênis em 1997, Guga embarcou para Paris a fim de tentar uma vaga para o grande torneio de Roland Garros, disputado no saibro, piso que era sua especialidade. Franzino, loiro, mais parecido com um surfista, cabelos longos e desgrenhados, aparência desengonçada, o garoto não tinha caracteristicas que lembrasse, em nenhum momento, um tenista verdadeiro. Como um nordestino, que engana pela sua aparência estoica, Guga não transparecia confiança aos adversários, que julgavam poder vencê-lo com facilidade. Mas as aparências realmente enganam. O guri de Florianópolis, assombrando a todos, brilharia nas quadras da "Cidade Luz". 



Guga recebe a Taça de Bjorn Borg em Roland Garros em 1997
Mas para chegar a disputar o grande torneio era necessário passar pela etapa de classificação,  Mas o guri da ilha catarinense não se intimidou.O garoto tinha o tênis no sangue. Vindo de uma família que vivia o mundo do tênis - seu pai, falecido quando Guga ainda era garoto, era árbitro - o manézinho venceu a etapa classificatória e seguiu para a chave principal para enfrentar os grandes nomes do tênis mundial. 
Guga em seu primeiro título na França em 1997


Disputar a categoria principal do torneio já era um feito inédito para o garoto. Mas ele não se contentou apenas em participar. Após vencer seis partidas seguidas, o guri catarinense chega á grande final e derrota o espanhol Sergei Brugera sagrando-se o primeiro campeão de Roland Garros sem ser cabeça de chave. Seu pai, que não pode ver o filho sendo campeão na França, deveria estar muito orgulhoso do pimpolho no céu. Guga repetiria o feito por mais duas vezes em Roland Garros.


Guga no colo de seu pai

Não se pode falar de Gustavo Kuerten sem lembrar de Larry Passos, seu grande incentivador e técnico durante os melhores anos de sua carreira. Larry substituiu a figura de seu pai. Foi sob seu comando que o melhor tenista brasileiro de todos os tempos chegou ao primeiro lugar no ranking mundial. A parceria foi duradoura, apenas por um breve período ficaram distantes, mas retomaram logo em seguida até que Guga acometido de fortes dores no quadril, teve que encerrar a carreira vitoriosa.


A homenagem á Gustavo Kuerten inserindo seu nome no Hall da Fama, é mais que merecida e vai eternizar a figura do jovem tenista brasileiro como um dos maiores de todos os tempos. A imagem do garoto de sorriso fácil, da alegria contagiante, irradiando simpatia e acima de tudo humildade, cativou a todos e ficará para sempre lembrado como o tenista que trouxe a alegria ás quadras. Parabéns, Guga. Você merece.


Premiação de Guga no Hall da Fama

Raimundo Campos

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