Os servidores estaduais lotados na Secretaria da Educação do Piauí paralisaram as atividades docentes na capital Teresina em protesto nesta terça-feira, 18.02, contra os baixos salários pagos à categoria e o sucateamento, que ocorre ano após ano, da carreira dos educadores da rede estadual que sofrem com remunerações que não condizem com a função e que estão bem abaixo da maioria dos professores das redes municipais no estado, isso sem comparar com outros estados.
Neste caso, a diferença para outras unidades da Federação é vergonhosa. Sem precisar ir muito longe, basta atravessar a ponte do rio Parnaíba em Teresina, que chegamos a Timon, cidade que pertence ao Maranhão, que possui um Ideb mais baixo que o Piauí, onde um professor recebe muito além de um educador no Piauí.
A representante do Sinte, sindicato dos professores do Piauí, em São Raimundo Nonato, Vanda Aragão, esteve na rádio Serra da Capivara, alertando para a paralisação de amanhã, quarta-feira, 19 com indicativo de greve em uma grande Assembleia no Clube do Sinte, em Teresina.
Entre as principais reivindicações estão:
- aumento real acima dos 6,27% proposto pelo governador. Desde 2019, segundo Vanda, há seis anos, os salários estão defasados, o professor não tem aumento real nos vencimentos.
- aumento real respeitando a diferenciação nos níveis da carreira. Os professores hoje, no Piauí, recebem praticamente o mesma valor, com diferenças insignificantes, independente do nível ou classe.
- extinção da contribuição dos aposentados com o Instituto de Previdência do Estado. Atualmente o professor, mesmo aposentado, é obrigado a contribuir com 14% do salário com a Previdência.
- gratificação digna aos professores e funcionários das escolas em tempo integral.
Um professor que trabalha nas escolas da rede estadual, contratado, por 20 horas semanais, quando vem receber o salário líquido, apenas com desconto da previdência, recebe cerca de R$ 1.780,00, no contracheque. Há relatos de professores recebendo menos que o salário mínimo após os descontos obrigatórios em folha.
"Esse aumento que estão propondo de 6,27% aos professores não faz nem cócegas no contracheque! Tão pouco que nem parece que haverá reajuste." Declarou um professor que trabalha na rede estadual e preferiu não se identificar.
É preciso lembrar que esse percentual de reajuste proposto pelo governo de 6,27% chega a ser menor que o reajuste do salário mínimo que foi de 7,66% no mês de janeiro deste ano.