segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Eu acredito em Papai Noel

"Eu acredito", por Nizan Guanaes, publicitário baiano


Eu acredito em Papai Noel. Mesmo depois de,
aosseis anos, um coleguinha estraga-prazeres ter
me contado a mentira de que ele não existe, eu
continuei acreditando.




Os empreendedores todos acreditam em Papai Noel. São crianças grandes, 
que acreditam em coisas mágicas e impossíveis.

Afinal, os homens sensatos se adaptam ao mundo. Os homens insensatos
tentam adaptar o mundo a eles. Isso significa que todo o progresso da
ciência se deve aos homens insensatos –os empreendedores.

Os caras que acreditam em Papai Noel são os que mudam o mundo,
constroem empresas, fazem a humanidade avançar. Marcel Herrmann
Telles, da Brahma, acreditou em Papai Noel, acreditou muito.
Ele sempre dizia, brincando, que um dia ia comprar a Budweiser, a grande
cervejaria americana. 

As pessoas normais não acreditavam nisso. Mas Marcel acreditou em Papai
Noel, e o bom velhinho ouviu seus pedidos.

Eu acredito em Papai Noel. E quem acredita em Papai Noel acredita em coisas
que não existem. Por isso mesmo, eles fazem existir coisas que até então não
existiam.

Walt Disney acreditava em Papai Noel. Ele acreditou num rato. Você acha que
um ser humano normal vai acreditar num rato? Vai fazer um império baseado
em uma coisa nojenta? Isso não passa em pré-teste. 
Pois Disney, grande acreditador do bom velhinho, acreditou no rato e fez coisas 
inacreditáveis a partir do Mickey.

Eu acredito em Papai Noel. Acreditei a vida inteira.

Nasci no Pelourinho, numa casa de cimento batido e sem água encanada. 
A gente aquecia a água no fogão, botava num latão e usava uma cuia para se
banhar. A chance de eu estar onde estou hoje era uma em mil, no mínimo.
E quem me trouxe até aqui foi a crença em Papai Noel e em coisas mágicas,
que só a fé vê.

Acredito em Papai Noel. Pedi coisas a ele a vida inteira. Pedi sucesso em São
Paulo como publicitário, e não é que o Washington Olivetto me levou para DPZ?

Pura magia.

Empurrado por sonhos, fui crescendo e fazendo coisas que só os sonhadores
fazem. Porque os sonhos me levaram a ter meu próprio negócio, a conquistar
prêmios, contas - a conquistar o mundo. E a fazer coisas que só se pode fazer
sonhando.

Guga e eu abrimos nossa agência, a DM9, em setembro de 1989 com
investimento do Banco Icatu. Em março de 1990, o Plano Collor levou todo o
nosso dinheiro. Sobrou o quê? O sonho. E foi o sonho que nos trouxe até aqui.

O sonho levou o menino pobre do Pelourinho a lugares que ele jamais poderia
sonhar. Papai Noel tem vários nomes. Sonho grande, fé, esperança, imaginação,
superação, poder da mente.

Para mim, Papai Noel não mora no polo Norte. Mora naquele lugar da mente
e da alma onde as coisas comuns, os lugares-comuns e os homens comuns não
chegam.

Papai Noel mora na alma de Steve Jobs, de Mark Zuckerberg, nos olhos do
cara que criou o Netflix. Gênios empreendedores, eternas crianças. Que homem
sério batizaria a sua empresa de "maçã"? Só um acreditador de Papai Noel.

É verdade que, com o tempo, minha cartinha a Papai Noel foi ficando mais
ambiciosa. Antes eu pedia coisas, depois fui pedindo coisas complicadas, como
ter um sonho de criança, ter paz de espírito. Agora estou pedindo netos.

Claro que, para ser atendido, você tem de ser um bom menino, fazer coisas boas,
sonhar coisas belas e mágicas. Os empreendedores são aqueles que acreditam
em Papai Noel e por isso ganham mais do que presentes. Eles fazem o futuro.

Feliz Natal empreendedores. Feliz Natal acreditadores em Papai Noel.

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